domingo, 9 de março de 2014

Navegação Submarina Durante a Grande Guerra de 1914-1918

Emergências da Navegação Submarina: Perspectivas do Emprego do Submarino na Guerra Naval 


Trata-se de uma publicação rara, editada pelo Contra-almirante Joaquim de Almeida Henriques em 1940. Apresenta um conjunto de análises e considerações técnicas relativas ao emprego da arma submarina e sobre a eficiência da mesma, durante a Grande Guerra e durante o período 1919-1938 (entre guerras).



Representa a primeira abordagem sistemática sobre questões relacionadas com a máquina submarina, as suas guarnições, incidentes e meios de salvamento, escrita em português. Tem ainda o mérito de apresentar referências à 1ª Esquadrilha de Submarinos (submersíveis) portuguesa, que o comandante tão bem conhecia. 

O Contra-almirante Joaquim de Almeida Henriques iniciou a sua carreira na Marinha de Guerra, com a entrada na Escola Naval em 1893. Em 1907, já com o posto de 2º Tenente frequentou o curso de Oficial Torpedeiro na Escola de Torpedos e electricidade de Vale do Zebro e, no final desse ano partiu para a Divisão Naval do Atlântico Sul, onde foi prestar serviço a bordo do cruzador Adamastor. Em 1908 foi promovido a 1º Tenente.  

A sua ligação à arma submarina começou logo com a ida a Itália, onde participa nas provas de mar do primeiro submersível. A 15 de Abril de 1913 recebeu, em sessão solene, o então primeiro submarino português, o NRP Espadarte, tendo sido o seu primeiro comandante e tido como primeira missão transporta-lo de La Spezia para Portugal. 

Na revolução de 14 de Maio de 1915, em que opôs de um lado a Marinha de Guerra e do outro o Governo de Pimenta de Castro, o 1º Tenente Joaquim de Almeida Henriques recebeu ordem do Governo para torpedear os navios revoltosos, ordem que não cumpriu, consciente que não queria baptizar a arma submarina com um ataque sobre os seus camaradas.

Em Outubro de 1917  chegaram a Portugal outros três submarinos encomendados a Itália, também de La Spezia, o NRP Foca, o NRP Golfinho e o NRP Hidra. Fez parte da missão de transporte dos submarinos, mais o NRP Patrão Lopes, da Itália até Portugal. Chegado a Portugal, a 29 de Outubro de 1917 fpi promovido a Capitão-tenente, assumido o comando do NRP Golfinho e da 1ª Esquadra de Submarinos de Portugal.

Em 1918 ficou concluída a Estação de Submersíveis do Bom Sucesso, na doca de Belém, cujo projecto fora concebido por uma comissão composta por três oficiais da Marinha, entre os quais se encontrava o Capitão-tenente Almeida Henriques. Também partiu deste oficial a elaboração do regulamento da esquadrilha de submersíveis.

Em 1937 foi promovido a Contra-almirante e passou à reserva em 1938.