domingo, 26 de agosto de 2012

Alberto Sousa Costa (1879-1961)


Alberto Mário de Sousa Costa nasceu a 10 de Maio de 1879, em Vila Pouca de Aguiar, filho de António de Sousa Costa, escrivão de Direito naquela vila e de Tomásia da Conceição Gomes Costa. Foi nesta cidade que aprendeu as primeiras letras e mais tarde em Vila Real frequentou o liceu, passando a viver nesta cidade com os seus pais. A sua passagem pela Universidade de Coimbra, para frequentar o curso de Direito, foi num primeiro momento efémera, regressando a Vila Real em 1898 ou inícios de 1899.


1918

1935


Desde Junho de 1911 até 1919 foi secretário da Tutoria Central da Infância, colaborando com António de Oliveira na redacção do decreto que criou este organismo. Mais tarde, foi representante do Ministério Público e secretário do Tribunal do Comércio, até o ano de 1932.

Foi sócio correspondente da Academia Real das Ciências, sócio correspondente da Sociedade Martins Sarmento e sócio correspondente do Instituto de Coimbra.

Colaborou em jornais e revistas nacionais e estrangeiros: Diário de Notícias, O Século, Primeiro de Janeiro, Jornal O Dia), Revista Eva, Sempre Fixe, Ilustração Portuguesa, Jornal Notícias de Lourenço Marques, A Voz, entre outros.

Da sua obra literária destacam-se alguns dos seguintes trabalhos:


Romances, Contos e Novelas

Os que triunfam, 1901;

Excêntricos, 1907;

Fruto Proibido (Cenas da vida de Coimbra), 1909;

Sempre Virgem (Cenas da vida de Lisboa), ????;

Ressurreição dos Mortos (Cenas da vida do Douro), 1914;

Coração de Mulher (1915);

Regresso à Felicidade ????

A Pecadora, 1917;

Canto do Cisne, 1927;

Duas vezes amantes (Romeu e Julieta), ????

Amor 1º, o Cruel (romance duma carioca), ????;

Uma Divorciada, 1928;

Como se faz um Ladrão, 1931;

Miss Século XX, 1931





Evocações Históricas

I – Páginas de Sangue, (Brandões, Marçais & C.ª), 1919;

II – Páginas de Sangue, (Buiças, Costas & C.ª), 1930;

III – Heróis Desconhecidos (Lisboa Revolucionária), 1935.



Crónicas

Milagres de Portugal, 1925;

O Primitivo Teatro Português e o Teatro da Nova Rússia 1934;

Mapa Falado de Portugal, 1936.

Grandes Dramas da História, 1940;

Grandes Dramas Judiciários, 1947;

Entre Duas Labaredas, 1947;

Camilo, no Drama da sua vida, 1959;

O Córgo – Vida e obras dum rio, 1961.



Teatro

Como se vigiam mulheres (comédia), ????;

Que vergonha (farsa), ????;

Frei Satanás (drama), 1921;

A Marquesinha (drama), 1923.




Heróis Desconhecidos (Lisboa Revolucionária)



São 370 páginas que abarcam o período desde o Regicídio em 1908 e termina em 19 de Outubro de 1922. Foi editado pela Livraria Editora Guimarães & C.ª, Lisboa, 1935

Foi intenção do autor reconstruir as revoluções e as emoções que as suas personagem sentiram, apresentar visões sectárias sobre as revoluções, mas também uma visão equidistante entre as verdades brancas e vermelhas.

O seu trabalho incide sobre:


I – A Revolução de 5 de Outubro de 1910

II – A Revolução de 14 de Maio de 1915

III – A Revolução de 5 de Dezembro 1917

IV – A Revolução de 23 de Dezembro de 1918

V – A Revolução de 19 de Outubro de 1921

VI – A Revolução de 7 de Fevereiro de 1927

VII – A Revolução de 26 de Agosto de 1931


 

Fontes Bibliográficas
 
  • Portugal Século XX - Portugueses Célebres, Lisboa: Círculo de Leitores, 2003, página 97
  • Grandes Momentos da História (Sousa Costa)
  • Dissertação de Mestrado de Alexandra Maria da Silva Vidal, O Arquivo Pessoal do Escritor Alberto Mário de Sousa Costa (1879-1961),

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Bandeiras de Marinha 1914-18

 Marinhas de Guerra e Mercantes


Austria, Belgica, Dinamarca, França e Alemanha
 
Grécia, Holanda, Itália, Noruega e Portugal
 
Rússia, Espanha, Suécia, Turquia e Estados Balcânicos

Estados Unidos, Argentina, Chile, Brasil e Peru



Japão, China, México, Salvador, Colombia, Sião, Venezuela, Uruguai, Honduras ...




quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Defesa Aérea - Costa do Algarve

A Estação Aeronaval da Ilha da Culatra (Algarve)

Por convenção realizada com o Governo Francês, em Setembro de 1917, deveriam ser instaladas duas estações aeronavais francesas no continente, a de São Jacinto (Aveiro) e a da Culatra (Algarve), no entanto, e apesar de vária iniciativas nesse sentido, por falta de pessoal especializado e demora na construção das infra-estruturas não se chegou a activar totalmente a Estação Aeronaval do Algarve até ao fim do conflito.

A Ilha da Culatra, também conhecida localmente por "Ilha dos Hangares" fica ao concelho de Faro, mas é através de Olhão que o acesso à Ilha se faz de forma mais privilegiada, está integrada no Parque Natural da Ria Formosa e faz parte do conjunto de ilhas que delimitam a Ria e a protegem do Oceano Atlântico.

Apesar de parcialmente construída ainda chegou a ter alguma utilização no final da guerra, mas com o fim da mesma em Novembro de 1918 a Estação Aeronaval nunca chegou a ser oficialmente inaugurada. Posteriormente as instalações foram utilizadas como infra-estruturas de apoio à zona do campo de tiro da Marinha ali instalado.

Edifício do Posto de Comando da Estação Aeronaval da Culatra
A decisão de implantar na Ilha da Culatra a base dos hidroaviões franceses esteve ligada à possibilidade de utilizar o espelho de água da Ria Formosa como pista operacional e ainda o farol de navegação marítima aí instalado. A Estação estava equipada com um posto de TSF para comunicação com os aparelhos de patrulha que também estavam equipados com TSF.


Bases da Marinha no Algarve

A zona de saída do Estreito de Gibraltar era uma zona de alto risco, uma vez que os submarinos alemães aí se posicionavam para interceptar os navios de transporte que faziam a passagem para e do Mediterrâneo.


Bibliografia:

Martins, Ferreira (1934), "Portugal na Grande Guerra", Vol. II, Lisboa, 1º ed., Empresa Editorial Ática

Presença Militar na Ilha da Culatra






domingo, 12 de agosto de 2012

Defesa Naval - Costa do Algarve

A Esquadrilha Fiscal de Costa (Algarve)



 
NRP Lúrio - Esquadrilha Fiscal de Costa

A Esquadrilha Fiscal de Costa, com sede em Faro, acumulou durante a Grande Guerra de 1914-18 as funções de fiscalização da pesca com as de vigilância militar no mar.

Desta esquadrilha fizeram parte a canhoneira “NRP Lúrio”, o rebocador “NRP Lidador”, a lancha-canhoneira “NRP Rio Minho”, o lança-minas “NRP Vulcano” e o vapor “Carregado”.


Costa do Algarve

A esta força foi acrescentado o caça-minas “NRP Galeo”, que não dependia da Esquadrilha Fiscal de Costa mas da Divisão Naval (Lisboa), para colaboração com as forças francesas e inglesas que também patrulhavam a saída do Estreito de Gibraltar na zona da costa algarvia entre o Cabo de S. Vicente e Lagos.


Zona de Patrulha - Algarve

A vigilância da costa do Algarve era efectuada por estes meios navais com o apoio de um posto radiotelegráfico montado no Alto de Santo António, em Faro.



Posto de Rádio - Alto de Santo António (Faro), Base Naval - Porto de Faro

A Esquadrilha tinha como navio de comando a canhoneira "NRP Lúrio", comandada pelo 1º Tenente Carlos de Sousa Coutinho, armado com 2 peças de Hotchkiss de 47m e 1 metralhadora de 6,5mm. Tinha uma velocidade máxima de 12,5 nós e uma tripulação de 4 oficiais, 6 sargentos e 41 praças. A 6 de Novembro de 1917 a canhoneira passou a ser comandada pelo Capitão-tenente Joaquim Marques até ao final da guerra.

Durante a Grande Guerra a "NRP Lúrio" cumpriu três comissões na Esquadrilha Fiscal de Costa, entre 20 de Setembro a 18 de Novembro de 1914, entre 14 de Fevereiro de 1915 a 8 de Fevereiro e 1916, entre 1 de Março de 1916 a 14 de Maio de 1918 e de 7 de Agosto a 11 de Novembro de 1918, onde se manteve até 16 de Outubro de 1919.

Ao longo do tempo a canhoneira "NRP Lúrio" teve de ir quatro vezes a Gibraltar para reparações,  abastecimento e comboiar o vapor "Carregado", entre 26 de Setembro e 10 de Outubro de 1917, entre 20 e 31 Dezembro de 1917 e entre 4 e 11 de Abril de 1918.

A principal missão desta esquadrilha em tempo de paz, fiscalização das águas territoriais por causa da pesca ilegal efectuada pelos pescadores espanhóis, manteve-se durante o período de guerra acrescido da vigilância sobre os submarinos alemães que nestas águas se colocavam à espera dos navios que passavam pelo Estreito de Gibraltar. Era quase diária a recepção de SOS no posto de rádio de Santo António, provenientes de navio atacados por submarinos junto à boca do Estreito de Gibraltar. Muitas vezes os navios da Esquadrilha não saiam para acudir as vítimas por causa da distância à sua base em Lagos.
   
Em 1916, 30 de Outubro, efectuou a recolha de náufragos perto de Portimão, pertencentes ao navio norueguês "Torsdal", torpedeado pelo submarino alemão U63, comandado por Otto Schultze, no dia 28 de Outubro.  (Mendes, 1989)  

Ainda em 1916, em patrulha junto a Portimão a "NRP Lúrio" avistou um submarino alemão junto a um navio à vela, que entretanto começou a adornar e se afundou. Em postos de combate a canhoneira “NRP Lúrio” abriu fogo sobre o submarino que entretanto submergiu. Após cessar fogo procedeu à recolha dos náufragos. Mais tarde sou tratar-se do lugre "Mary Horten" que vinha de Stanvager para Genova com carga diversa. Tinham sido abordados pelo submarino que fez ir a bordo um oficial e quatro praças para analisar a carga e que os tinham mandado sair para o escaler onde foram recolhidos, antes de minarem o navio. (Mesquitella, 1923)

Em 1917, quando se intensificou a guerra submarina, após declaração da guerra submarina total, os franceses e os ingleses colocaram permanentemente na zona do Cabo de São Vicente duas esquadrilhas que se rendiam de seis em seis dias.

A esquadrilha francesa que tinha a sua base naval em Casa Blanca (Marrocos), era composta por dois submarinos “Ampére” e “Papin” e de um caça-minas.

A esquadrilha inglesa com base naval em Gibraltar, era composta por um cruzador auxiliar e dois torpedeiros, que costumava permanecer na enseada da Baleeira junto de Sagres.


O caça-minas "NRP Galeo" que tinha sido deslocado para reforço de vigilância nestas águas colaborava regularmente e alternadamente, com estas duas esquadrilhas.

Só num dia, em 24 de Abril de 1917, o submarino U35 comandado por Lothar von Arnauld de la Perière, afundou quatro navios ao largo de Sagres, o "Nordsoen" dinamarquês, o "Bien Aime Prof. Luigi" italiano, o "Torvore" e o "Wilhelm Krag ambos noruegueses, e ainda, danificou o "Triana" espanhol no dia 27 de Abril.
(Sanches, 2005) 


Torvore - Navio noroeguês






Bibliografia:


Clube Filatélico de Portugal

Mesquitella, Bernardo da Costa, "Marinheiros de Portugal", Lisboa, Imprensa Manuel Lucas Torres, (1923)

Mendes, Agostinho de Sousa, "Setenta e Cinco Anos no Mar", Lisboa, Comissão Cultural da Marinha, (1989)